PROGRAMA DE HISTÓRIA 2025 - 2º ANO
1º BIMESTRE
VOLUME 1 do 2º ano Matéria ENEM em azul
Frente B: Capítulo 1 –
Brasil Império: Primeiro reinado e Período Regencial
Capítulo 2 – Brasil Império:
Segundo Império
2º BIMESTRE
VOLUME 2
do 1º ano
Frente A: Capítulo 6 –
Revoluções Inglesas
VOLUME 3
do 1º ano
Frente A: Capítulo 7 –
Iluminismo e Independência das Treze Colônias Inglesas da
América
Capítulo 8 – Revolução Francesa
e Era Napoleônico
3º BIMESTRE
VOLUME 3
do 1º ano
Frente
A: Capítulo 9 – Das Revoluções Industriais às Teorias Sociais do Século XIX
Frente A: Capítulo 10 – Do
Congresso de Viena
4º BIMESTRE
VOLUME 4
do 2º ano
Frente A: Capítulo 10 –
Do Congresso de Viena à Independência da América
Espanhola e do Haiti
Capítulo 11 – Estados Unidos
Século XIX
Capítulo 12 - Imperialismo
Frente A: Capítulo 6 – Revoluções Inglesas
Revolução Inglesa (Século XVII)
1. Contexto Histórico
- Inglaterra governada pela Dinastia Stuart após a morte de Elizabeth I (1603)
- Conflitos entre o rei e o Parlamento sobre impostos, religião e poder absoluto
- Influência do absolutismo europeu, mas com resistência parlamentar
2. Principais Fases da Revolução
➤ O Governo de Jaime I (1603-1625)
- Primeiro rei da Dinastia Stuart
- Defensor do direito divino dos reis (poder absoluto)
- Conflito com o Parlamento por impostos e religião (católicos x puritanos)
➤ O Governo de Carlos I (1625-1649)
- Tentativa de governar sem o Parlamento
- Assina a Petição dos Direitos (1628), mas não cumpre
- Estoura a Guerra Civil Inglesa (1642-1649) entre:
- Cavaleiros (monarquistas) x Cabeças Redondas (parlamentaristas liderados por Oliver Cromwell)
- Vitória dos parlamentares e execução de Carlos I (1649)
➤ República de Cromwell (1649-1658)
- Proclamação da República (Commonwealth)
- Oliver Cromwell governa com poderes ditatoriais
- Expansão naval e comercial da Inglaterra
- Morte de Cromwell e instabilidade política
➤ Restauração Monárquica (1660)
- Retorno de Carlos II ao trono
- Tentativa de reconciliação entre rei e Parlamento
- Jaime II assume e tenta restaurar o absolutismo
➤ Revolução Gloriosa (1688)
- Parlamento derruba Jaime II e convida Guilherme de Orange e Maria II para governar
- Assinam a Declaração de Direitos (1689), limitando o poder do rei
- Estabelecimento da monarquia constitucional
3. Consequências da Revolução
- Fim do absolutismo na Inglaterra
- Fortalecimento do Parlamento e do liberalismo político
- Criação da monarquia constitucional parlamentarista
- Influência nas Revoluções Americana e Frances
- Contexto Histórico:
- Independência do Brasil declarada em 1822
- D. Pedro I assume o trono como imperador
- Antecedentes: Pressões internas e externas pela emancipação política do Brasil
- Consolidação da Independência:
- Reconhecimento internacional da independência brasileira
- Conflitos com Portugal e a Confederação do Equador
- Proclamação da Independência
- Centralização do Poder:
- D. Pedro I consolidou um governo centralizador
- Conflitos com as províncias, resultando na promulgação do Ato Adicional em 1834
- Desafios em conciliar ideais liberais com a manutenção da autoridade monárquica
- Crises Política e Econômica:
- Conflitos internos entre liberais e conservadores
- Instabilidade política e econômica
- Problemas financeiros do império
- Abdicação de D. Pedro I:
- Pressão popular e conflitos políticos levam à abdicação em 1831
- D. Pedro I deixa o trono para seu filho, D. Pedro II, ainda menor de idade
- Final do Primeiro Reinado e início do Período Regencial
Dividido em três regências: Regência Trina Provisória, Regência Trina Permanente e Regência Una.
Política
Instabilidade política e lutas entre liberais exaltados e moderados, além de setores conservadores.
Disputas pelo poder entre os regentes e as tensões causadas pelo Ato Adicional de 1834, que descentralizava o poder.
Pressão por uma constituição liberal e a luta pelo reconhecimento das assembleias provinciais.
Revolta ocorrida no Grão-Pará (atual região Norte) contra a elite local e o governo central.
Liderada por pessoas de diversas camadas sociais e resultou em confrontos violentos.
Reivindicações por maior participação política, melhores condições de vida e autonomia regional.
Sabinada (1837)
A revolta foi sufocada pelas tropas imperiais.
Balaiada (1838-1841)
Reivindicações por melhores condições de vida, mais autonomia regional e o fim das arbitrariedades.
O movimento foi marcado por confrontos armados e só foi controlado após intervenção militar.
Revolta ocorrida no Rio Grande do Sul, liderada por fazendeiro em oposição ao governo central.
Principal reivindicação era a autonomia da Província.
A Guerra dos Farrapos se estendeu por anos antes de ser pacificada.
O Café e o
Segundo Reinado
Ascensão
do café: Com as redes sociais, o café ganhou um novo status, associado a
conforto, sucesso e elegância.
Histórico
no Brasil: Introduzido no século XVIII, o cultivo do café se tornou
economicamente relevante no século XIX, com a expansão para o Sudeste.
Elite
cafeeira: O crescimento da produção criou uma nova classe econômica que
buscava influência política, mantendo, no entanto, práticas arcaicas, como o
uso de mão de obra escravizada.
Legados do
Segundo Reinado: O período foi marcado por projetos de
modernização, como os do Barão de Mauá, além de rearranjos políticos que
culminaram na queda do Império e na Proclamação da República.
Pós-abolição: O fim da escravidão intensificou desigualdades sociais e o racismo na sociedade brasileira.
1-O Segundo Reinado e a manutenção da velha ordem
Política
no Segundo Reinado
Continuidade
das elites no poder: Os partidos Progressista e Regressista
tornaram-se o Partido Liberal e o Partido Conservador, respectivamente.
Sem
grandes diferenças ideológicas: Ambos defendiam a manutenção da
escravidão e mudavam suas posições sobre centralização ou descentralização do
Estado conforme seus interesses.
Principais
grupos políticos:
Liberais ("luzias") – Defendiam a descentralização e
foram derrotados na Revolta de 1842, na cidade de Santa Luzia (MG).
Conservadores ("saquaremas") – Favoreciam a
centralização e restringiram a descentralização com a Lei de Interpretação do
Ato Adicional de 1840.
Exclusão
das camadas populares: O sistema censitário limitava o direito ao
voto e mantinha o poder nas mãos da elite, com a educação como fator de
diferenciação social.
Ministério
dos Irmãos: D. Pedro II nomeou liberais para o governo, mas enfrentou forte
oposição dos conservadores.
"Eleições
do Cacete": Liberais e conservadores usaram repressão e
fraudes para garantir vitórias eleitorais.
Revoltas
liberais: A insatisfação com a perda do poder levou a levantes em Minas
Gerais e São Paulo.
Revoltas
Liberais de 1842
Rebeldes paulistas iniciaram revoltas contra a exclusão do Partido
Liberal do poder.
Revoltas tomaram cidades do interior, como Sorocaba, mas foram
rapidamente derrotadas pelas tropas imperiais.
Líderes mal organizados foram presos ou exilados em Portugal,
sendo anistiados em 1844 com a volta dos liberais ao governo.
Revolução
Praieira (1848-1850)
Última revolta contra a centralização política no Império,
ocorrida em Pernambuco.
Liberais radicais (“praieiros”) protestavam contra o domínio das oligarquias
locais.
Criaram o jornal Diário Novo para divulgar suas ideias e
publicaram o Manifesto ao Mundo, que defendia:
Voto livre e universal.
Liberdade de imprensa.
Extinção do Poder Moderador.
Federalismo.
Reforma do Judiciário.
Nacionalização do comércio.
Divergência
sobre a escravidão: alguns defendiam o abolicionismo, mas elites
locais se opunham.
O movimento foi duramente reprimido e seus líderes foram presos,
mas anistiados em 1851.
Fase da
Conciliação (1853-1858)
Marquês de Paraná unificou liberais e conservadores no governo.
D. Pedro II controlava o cenário político alternando os partidos
no poder.
Essa estabilidade política durou até 1870, quando começaram os
movimentos republicanos.
Parlamentarismo
às Avessas
Inspirado no modelo inglês, mas com o imperador mantendo o
controle absoluto.
O presidente do Conselho de Ministros estava subordinado ao
imperador, ao contrário do sistema britânico.
O Poder Moderador de D. Pedro II limitava a participação popular e
favorecia o autoritarismo.
Liberais e conservadores se alternavam no poder, mas os conservadores ficaram por mais tempo.
2-Bases
econômicas do Segundo Reinado
Crise e
Recuperação Econômica
Primeiro Reinado e Período Regencial: economia retraída devido à
instabilidade política.
Endividamento do Brasil pelo pagamento de indenização a Portugal
pela independência.
Custos elevados para montar o aparelho administrativo e falta de
economia autossustentável.
Ascensão
do Café
Introduzido no Brasil em 1727, mas sem função comercial até o
século XIX.
Expansão impulsionada pela crise das colônias francesas produtoras
de café.
Inicialmente cultivado no Vale do Paraíba com mão de obra
escravizada.
Oeste Paulista superou o Vale na produção a partir dos anos 1870,
devido ao solo fértil (terra roxa) e uso de imigrantes como mão de obra.
Formação da elite cafeeira, os "barões do café", com
influência política no fim do Império e início da República.
Infraestrutura
e Exportação
Construção de malha ferroviária para escoamento da produção aos
portos do Rio de Janeiro e São Paulo.
Expansão das ferrovias: de 14,5 km (1854) para quase 14 mil km
(1899).
Outros
Produtos de Destaque
Açúcar: manteve-se como segundo principal produto exportado até os
anos 1860.
Algodão: superou o açúcar durante a Guerra de Secessão
(1861-1865), beneficiando a economia do Maranhão.
Borracha: grande exportação no final do século XIX devido à
crescente demanda da indústria automobilística, mas sofreu com altos custos e
extração manual.
As
primeiras manufaturas
Obstáculos
ao Desenvolvimento Industrial
Uso
da mão de obra escravizada limitava o mercado consumidor.
Presença
inglesa no mercado, com privilégios comerciais dos tratados de 1810 e 1827,
dificultava a concorrência.
Medidas
para Incentivar a Indústria
Tarifa Alves Branco (1844):
Impostos
de importação elevados para 60% em produtos com similares nacionais.
Produtos
sem produção no Brasil pagavam 30% de taxa.
Objetivo:
aumentar a arrecadação e incentivar a indústria nacional.
Fim do Tráfico de Escravizados (1850) – Lei
Eusébio de Queirós:
Capitais
antes investidos no tráfico foram redirecionados para outros setores, como a
indústria.
Lucros do Café e Industrialização:
Exportação
de café gerava grandes lucros, mas havia receio de superprodução.
Parte
dos lucros foi investida na indústria, principalmente em São Paulo e Rio de
Janeiro.
Barão de Mauá (Irineu Evangelista de Souza) destacou-se como pioneiro da industrialização, mesmo sem apoio da elite.
3-A
Escravidão e o Movimento Abolicionista
Manutenção
da Escravidão no Brasil Imperial
Independência
do Brasil não incluiu a abolição da escravidão.
Elite
brasileira defendia a manutenção do sistema escravista para preservar
privilégios.
Medo
de revoltas como a Revolução Haitiana justificava a resistência à abolição.
Pressão Inglesa pelo Fim da Escravidão
Inglaterra
pressionava pelo fim do tráfico negreiro para expandir mercados consumidores.
Abolição
favorecia o capitalismo britânico ao incentivar mão de obra assalariada.
Bill
Aberdeen (1845): autorizava a captura de navios negreiros por britânicos.
Processo Lento e Controlado de
Abolição
Fatores
internos: modernização do Rio de Janeiro e surgimento da classe média urbana.
Necessidade
de substituir trabalho escravo por mão de obra assalariada.
Movimento Abolicionista
Organizações
abolicionistas surgiram antes de 1880, como a Sociedade Brasileira Contra a
Escravidão (1881).
Principais
líderes: Joaquim Nabuco, André Rebouças, José do Patrocínio e João Clapp.
Apoiavam
fugas de escravizados e pressionavam politicamente pela abolição.
Leis que Antecederam a Abolição
Lei Eusébio de Queirós (1850): proibiu o
tráfico de escravizados para o Brasil.
Lei do Ventre Livre (1871): filhos de
escravizados nascidos após a lei seriam livres, mas continuavam sob tutela dos
senhores.
Lei dos Sexagenários (1885): concedia
liberdade a escravizados com mais de 60 anos, mas sem assistência.
Lei Áurea (1888): extinguiu
a escravidão sem garantir suporte econômico ou social aos libertos.
Consequências da Abolição
Libertação
sem indenização ou assistência aos ex-escravizados.
Exclusão
social levou muitos à marginalização e à continuidade do trabalho precário.
Preconceito reforçado contra negros, enquanto imigrantes eram valorizados como mão de obra.
4-A vinda
de imigrantes para o Brasil
Motivos da Imigração
Fazendeiros
perceberam que a mão de obra livre era mais rentável do que a escravizada.
Alto
custo dos escravos e baixa produtividade estimularam a busca por imigrantes.
Primeiras
iniciativas:
Colônia
de suíços em Nova Friburgo (1818).
Chegada
de alemães ao Rio Grande do Sul (1824).
Sistema de Parceria e Exploração
Criado
pelo senador Nicolau Vergueiro em 1847.
Financiamento
da viagem dos imigrantes em troca de trabalho.
Imigrantes
explorados com altos juros e péssimas condições.
Revolta
de Ibicaba (1857) levou à regulamentação do trabalho.
Países
como a Suíça restringiram a imigração para o Brasil devido aos abusos.
Dificuldades dos Imigrantes
Adaptação
a um novo ambiente: clima, língua e cultura diferentes.
Instabilidade
política e econômica na Europa incentivava a vinda para o Brasil.
Principais Grupos Imigrantes
Durante
o Império: italianos e alemães.
Após
a abolição da escravidão: japoneses, sírios, espanhóis, portugueses e
libaneses.
Destinos
principais: Sudeste e Sul, com destaque para o Oeste Paulista.
Lei de Terras de 1850
Restringiu
a posse de terras apenas para quem pudesse ompra-las.
Impediu
o acesso de imigrantes e ex-escravizados à propriedade rural.
Manteve
o latifúndio como base da economia brasileira.
Branqueamento da População
Política
de incentivo à imigração foi influenciada por teorias racistas.
Darwinismo
social e eugenia defendiam a superioridade dos brancos.
A elite brasileira buscava “embranquecer” a população, dificultando a ascensão dos negros.
5-Núcleos
Sociais e a Intelectualidade no Segundo Reinado
Manutenção
da Estrutura Social
Sociedade
ainda dominada por latifundiários monocultores (barões do café).
Surgimento
de novos setores sociais: burocracia (advogados, juízes, fiscais) e classe
média urbana.
Urbanização
permitiu crescimento dos profissionais liberais.
Maioria
da população continuou marginalizada e sem acesso à cidadania.
Influência Cultural Europeia
Inglaterra
e França influenciaram elites brasileiras na literatura, artes e costumes.
Criação
de salões inspirados nos cafés parisienses, reafirmando a hierarquia social.
Romantismo e Indianismo
Movimento
literário com destaque para José de Alencar e Gonçalves de Magalhães.
Exaltação
da figura do indígena como símbolo nacional, em detrimento dos negros.
Ideia
reforçada pelo Estado monárquico para construir uma identidade nacional.
Poetas
notáveis: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Castro Alves.
Situação dos Escravizados e Imigrantes
Escravizados
diminuíram após a Lei Eusébio de Queirós e foram libertos com a Lei Áurea.
Apesar
da liberdade, continuaram marginalizados sem apoio do Estado.
Imigrantes
ajudaram na industrialização, introduziram novos costumes e ideias sociais.
O Lundu e a Música Popular Brasileira
Gênero
musical afro-brasileiro derivado da dança da umbigada (samba).
Primeira
gravação fonográfica do Brasil foi um lundu ("Isto é bom", de Xisto
Bahia, 1902).
Evoluiu para o maxixe e influenciou o samba, sendo considerado um dos pilares da música brasileira.
6-Relações
Internacionais no Segundo Reinado: Conflitos Diplomáticos e Intervenções
Fronteiriças
1. Conflitos Diplomáticos com a
Inglaterra – Questão Christie (1861-1865)
Ocorreu
um atrito entre o Brasil e a Inglaterra devido ao naufrágio do navio Príncipe
de Gales no litoral do Rio Grande do Sul e o saque de sua carga.
Em
seguida, três oficiais da Marinha britânica foram presos no Rio de Janeiro por
arruaça, gerando novas tensões.
O
embaixador britânico William Christie exigiu indenizações e desculpas do
governo brasileiro.
Em
retaliação, a Inglaterra aprisionou navios brasileiros.
A
crise diplomática resultou na ruptura das relações entre Brasil e Inglaterra,
restabelecidas apenas em 1865 após arbitragem favorável ao Brasil pelo rei
Leopoldo I, da Bélgica.
2. Intervenções no Uruguai, Argentina
e Paraguai
O
Brasil interveio em países vizinhos para garantir controle regional, evitar o
fortalecimento de rivais e proteger fazendeiros gaúchos em conflitos
fronteiriços.
Uruguai:
O
Brasil apoiava o Partido Colorado, enquanto a Argentina apoiava o Partido
Blanco.
O
imperador D. Pedro II ordenou a invasão de Montevidéu e Buenos Aires
(1851-1852), substituindo os líderes Manuel Oribe e Juan Manuel Rosas.
Em
1864, nova intervenção brasileira depôs o líder blanco Aguirre, causando a
reação do Paraguai e levando à Guerra do Paraguai.
3. Guerra do Paraguai (1864-1870)
Causas
do conflito:
Disputas
territoriais na Bacia do Prata e o desejo do Paraguai de obter uma saída para o
mar.
Prisão
do navio brasileiro Marquês de Olinda pelo Paraguai, levando o Brasil a
declarar guerra.
O
Paraguai invadiu a Argentina, levando à formação da Tríplice Aliança (Brasil,
Argentina e Uruguai) contra Solano López.
Desenvolvimento da guerra:
O
Paraguai obteve vitórias iniciais, mas sua posição geográfica e baixa população
dificultaram a resistência.
O
Brasil recebeu empréstimos da Inglaterra e permitiu a presença de escravizados
no Exército, concedendo-lhes liberdade.
A
liderança do Barão de Caxias e do conde d’Eu foi decisiva para a vitória
brasileira.
Solano
López foi morto na Campanha da Cordilheira.
Consequências:
Devastação
do Paraguai, com a morte de 75% da população e perda de território.
Endividamento
do Brasil com a Inglaterra.
Fortalecimento do Exército brasileiro, que passou a exercer papel político fundamental na República.
7-Queda do
Império no Brasil e o Golpe Republicano
1. Questão Abolicionista
Oposição
ao governo de D. Pedro II por sua postura omissa sobre a escravidão.
Guerra
do Paraguai intensificou o sentimento antiescravista entre militares.
Movimento
abolicionista cresceu e se associou à causa republicana.
Princesa
Isabel assinou a Lei Áurea (1888), mas fazendeiros escravocratas, sem
indenização, retiraram apoio à monarquia.
2. Questão Religiosa
Conflito
entre o Império e a Igreja Católica por interferência estatal (padroado e
beneplácito).
O
imperador não permitiu a proibição da maçonaria pela Igreja.
Bispos
de Olinda e Belém foram presos por seguirem ordens do papa, aumentando a crise.
3. Questão Militar
Após
a Guerra do Paraguai, o Exército se fortaleceu e começou a reivindicar mais
participação política.
Oficiais
criticavam o sistema imperial e o autoritarismo do governo.
Prisão
de militares gerou tensão; Rui Barbosa e Deodoro da Fonseca lideraram a defesa
da honra militar.
4. Questão Republicana
Insatisfação
com a centralização do poder e falta de representação política para novas
elites econômicas, como os cafeicultores do Oeste Paulista.
Movimento
republicano ganhou força entre militares, intelectuais e fazendeiros.
Influência
do positivismo e da maçonaria no pensamento republicano.
5. O Golpe Republicano
Tentativa
frustrada do governo de D. Pedro II de realizar reformas para conter o avanço
republicano.
Boatos
de repressão a militares republicanos intensificaram a crise.
Em
15 de novembro de 1889, Deodoro da Fonseca proclamou a República, forçando a
saída de D. Pedro II para a França.
A
transição foi um golpe militar sem participação popular, mantendo as
desigualdades sociais.
Iluminismo
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII, também conhecido como "Século das Luzes". Ele defendia o uso da razão, da ciência e da liberdade para transformar a sociedade e combater a ignorância, o absolutismo e os privilégios da nobreza e da Igreja.
Principais ideias iluministas:
-
Razão acima da fé: a razão humana deveria guiar o conhecimento, não a religião ou tradições.
-
Fim do absolutismo: o poder deveria ser dividido e controlado por leis (teoria da separação dos poderes).
-
Liberdade de expressão e pensamento.
-
Direitos naturais: vida, liberdade, propriedade.
-
Contra os privilégios de nascimento: todos deveriam ser iguais perante a lei.
Principais pensadores iluministas:
-
John Locke: defendia os direitos naturais e o governo com consentimento do povo.
-
Montesquieu: propôs a divisão dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
-
Voltaire: lutou pela liberdade de expressão e contra o fanatismo religioso.
-
Rousseau: criticou as desigualdades sociais e defendeu a vontade do povo (soberania popular).
Influência do Iluminismo:
-
Inspirou revoluções, como a Revolução Francesa e a Independência dos EUA.
-
Influenciou o fim do absolutismo e o surgimento de ideias democráticas e constituições modernas.
Revolução Americana (1775–1783)
A Revolução Americana foi o movimento de independência das 13 colônias inglesas na América do Norte contra a Inglaterra. Foi a primeira revolução burguesa vitoriosa das Américas e resultou na criação dos Estados Unidos.
Causas principais:
-
Cobrança de altos impostos pelos ingleses após a Guerra dos Sete Anos.
-
Falta de representação no Parlamento Britânico ("no taxation without representation").
-
Leis restritivas, como:
-
Lei do Açúcar
-
Lei do Selo
-
Lei do Chá (levou à revolta conhecida como Boston Tea Party em 1773).
-
Fases e acontecimentos importantes:
-
1774 – Primeiro Congresso Continental: colônias se organizam politicamente.
-
1775 – Início da guerra contra a Inglaterra.
-
1776 – Declaração de Independência, escrita por Thomas Jefferson, inspirada pelo Iluminismo.
-
1781 – Vitória dos colonos na Batalha de Yorktown.
-
1783 – Inglaterra reconhece a independência pelo Tratado de Paris.
-
1787 – Criação da Constituição dos EUA, com ideias de liberdade, república e divisão de poderes.
Consequências:
-
Surgimento dos Estados Unidos da América como uma república independente.
-
Inspiração para outras revoluções, como a Francesa e as independências na América Latina.
-
Fortalecimento das ideias iluministas e da luta contra o absolutismo.
REVOLUÇÃO FRANCESA (1789–1799)
1. Organização da França antes da Revolução
- A sociedade francesa era dividida em três ordens (estados):
- 1º Estado : Clero (menos de 1% da população).
- 2º Estado : Nobreza (cerca de 2% da população).
- 3º Estado : Povo comum (97% da população), que pagava impostos pesados.
- O rei Luís XVI governava com poder absoluto.
2. Guerra dos Sete Anos (1756–1763)
- Conflito entre potências europeias, incluindo França e Grã-Bretanha.
- A derrota da França esgotou os cofres do Estado e aumentou a crise financeira.
- Contribuiu para o endividamento público e a instabilidade política.
3. Ideias Liberais
- Inspiradas pelos filósofos iluministas como Voltaire , Rousseau e Montesquieu .
- Defende-se liberdade individual, separação dos poderes, igualdade perante a lei e governo representativo.
- Crítica ao absolutismo e aos privilégios dos nobres e do clero.
4. Assembleia dos Notáveis
- Reunião convocada por Luís XVI em 1787 para aprovar novos impostos.
- Formada por membros da nobreza e do clero.
- Recusaram os impostos e exigiram a convocação dos Estados Gerais.
5. Convocação dos Estados Gerais (1789)
- Última vez que foram convocados foi em 1614.
- O 3º Estado queria voto por cabeça (1 homem = 1 voto), mas o rei mantinha o voto por ordem.
- Início das tensões políticas que levaram à revolução.
6. Assembleia Nacional Constituinte
- Criada pelo 3º Estado após declarar-se representante da nação francesa.
- Seu objetivo era elaborar uma nova constituição.
- Derrubou os privilégios feudais e mudou profundamente a estrutura social.
7. Tomada da Bastilha (14 de julho de 1789)
- Prisão simbolizava o poder do rei absolutista.
- Foi atacada pelo povo parisiense em busca de armas e munições.
- Marca o início oficial da Revolução Francesa.
8. Comuna de Paris
- Governo revolucionário criado pelos parisienses durante a revolução.
- Atuou de forma independente e desafiou o poder real.
- Tinha caráter popular e radical.
9. O Grande Medo
- Movimento de pânico e revolta camponesa em julho de 1789.
- Camponeses atacavam castelos e queimavam documentos que garantiam direitos feudais aos senhores.
- Pressionou a Assembleia a abolir os privilégios feudais.
10. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789)
- Documento inspirado nas ideias iluministas e da Independência dos EUA.
- Garantia de liberdade, igualdade, propriedade, segurança e resistência à opressão.
- Base da nova ordem política e social na França.
11. Marcha Popular das Mulheres a Versalhes (Outubro de 1789)
- Milhares de mulheres marcharam até o Palácio de Versalhes exigindo pão e melhores condições de vida.
- Forçaram Luís XVI e sua família a voltarem para Paris sob vigilância popular.
12. Constituição Civil do Clero (1790)
- Reforma religiosa que subordinava o clero francês ao Estado.
- Padres passariam a ser eleitos e pagos pelo governo.
- Muitos padres se recusaram a jurar fidelidade à nova constituição, gerando conflitos.
13. Monarquia Constitucional (1791)
- Nova Constituição limitou o poder do rei, transformando-o em chefe de Estado com poderes reduzidos.
- Luís XVI aceitou a Constituição, mas tentou fugir e pedir ajuda estrangeira.
14. Convenção Nacional (1792–1795)
- Eleita após o fim da monarquia.
- Proclamou a República Francesa.
- Dividida entre girondinos (moderados) e jacobinos (radicais).
15. Fase do Terror (1793–1794) – Convenção Montanhosa
- Liderada por Maximilien Robespierre e os jacobinos.
- Objetivo: eliminar inimigos da revolução.
- Milhares de pessoas foram executadas, inclusive Luís XVI e a rainha Maria Antonieta.
- Acabou com o golpe de 9 de termidor (julho de 1794), que derrubou Robespierre.
16. Convenção Termidoriana
- Período pós-Terror, mais moderado.
- Retomada do controle político pela burguesia.
- Redução da influência popular e das seções revolucionárias.
17. Diretório (1795–1799)
- Sistema de governo com cinco diretores escolhidos por eleições indiretas.
- Instável e marcado por corrupção e golpes políticos.
- Terminou com o golpe de Estado de Napoleão Bonaparte em 1799 (Golpe de 18 Brumário).
ERA NAPOLEÔNICA (1799–1815)
1. Golpe do 18 Brumário e o Período do Consulado
- Em novembro de 1799 , Napoleão Bonaparte derrubou o Diretório com apoio do exército.
- Instalou o Consulado , com ele como Primeiro-Cônsul .
- Centralizou o poder e estabilizou politicamente a França após anos de instabilidade da Revolução.
2. Realizações Napoleônicas
- Código Civil (Código Napoleônico) : unificou as leis francesas, garantindo igualdade perante a lei e liberdade religiosa.
- Reformas administrativas, fiscais e na educação.
- Pacto com a Igreja pelo Concordato de 1801 .
- Desenvolvimento de infraestrutura e melhoria das estradas e comunicações.
3. Formação do Império
- Em 1804 , Napoleão coroa-se Imperador dos Franceses .
- O cargo de imperador era hereditário, consolidando seu poder absoluto.
- Criou uma nova nobreza baseada no mérito e não apenas no nascimento.
4. Guerras e Expansão Napoleônica
- Napoleão liderou uma série de guerras contra outras potências europeias (como Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia).
- Conquistou ou influenciou grande parte da Europa continental.
- Estabeleceu reinos sob domínio francês e colocou familiares em tronos europeus (ex.: Espanha, Itália).
5. Bloqueio Continental
- Decretado por Napoleão em 1806 , visava impedir o comércio entre a Europa e a Grã-Bretanha .
- Países europeus deveriam proibir produtos britânicos.
- Não funcionou totalmente e gerou resistência, especialmente na Rússia.
6. Invasão da Rússia
- Em 1812 , Napoleão invadiu a Rússia por não aceitar o Bloqueio Continental.
- A campanha foi um desastre: o exército russo recuava queimando tudo (“terra arrasada”) e o frio intenso dizimou as tropas francesas.
- Poucos soldados voltaram.
7. Tática de Terra Arrasada
- Estratégia russa de destruir alimentos e cidades à medida que recuavam.
- Deixou o exército napoleônico sem suprimentos durante o inverno rigoroso.
- Foi um dos fatores que levou ao fracasso da invasão da Rússia.
8. Batalha de Leipzig (1813) – “Batalha das Nações”
- Enfrentamento entre Napoleão e uma coalizão de países europeus (Rússia, Áustria, Prússia e Reino Unido).
- Derrota decisiva para Napoleão; ele perde terreno na Europa.
- Começo do fim do domínio francês na Europa.
9. Governo dos Cem Dias
- Em março de 1815 , Napoleão escapa do exílio na ilha de Elba e retorna à França.
- Reconquista popularidade e reassume o poder por 100 dias .
- É derrotado definitivamente na Batalha de Waterloo (18 de junho de 1815), pelas forças britânicas e prussianas.
- Exilado novamente, desta vez na ilha de Santa Helena, onde morreu em 1821.
ERA NAPOLEÔNICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA A AMÉRICA
1. Fuga da Família Real Portuguesa (1807)
- Com a ameaça das tropas napoleônicas avançando na Europa, a família real portuguesa , liderada pelo príncipe regente D. João , fugiu de Portugal rumo ao Brasil .
- Chegou ao Rio de Janeiro em março de 1808 , sob proteção da marinha britânica.
- Foi uma decisão estratégica para escapar da dominação francesa e manter o controle colonial.
2. Consequências da Fuga da Família Real
- O Brasil deixou de ser uma colônia distante e passou a ser a capital do Império Português .
- D. João implementou diversas mudanças:
- Abertura dos portos às nações amigas (principalmente à Inglaterra).
- Criação de instituições culturais e administrativas (como bancos, jornais e escolas).
- Esses fatos contribuíram para o desenvolvimento econômico e político do Brasil , preparando o terreno para sua independência.
3. Independência da América Espanhola
- Durante o período napoleônico, Napoleão invadiu a Espanha e colocou seu irmão José Bonaparte no trono espanhol.
- Isso enfraqueceu o controle da Coroa Espanhola sobre suas colônias na América.
- Os colonos americanos aproveitaram a crise e começaram movimentos de independência em diversos territórios:
- Argentina (1816)
- Venezuela (1811 e depois consolidada em 1821)
- Chile (1818)
- Colômbia (1819, como Gran Colombia)
- México (1821)
4. Líderes da Independência da América Espanhola
- Alguns dos principais líderes foram:
- Simón Bolívar – conhecido como "Libertador", lutou pela independência da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
- José de San Martín – importante na libertação da Argentina, Chile e Peru.
- Apesar das vitórias, as novas repúblicas enfrentaram instabilidade política e guerras civis após a independência.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
1. O advento da Revolução Industrial
- Artesanato : produção feita à mão, em pequena escala.
- Manufatura : divisão de tarefas entre operários, ainda sem máquinas pesadas.
- Divisão do trabalho : cada trabalhador realizou uma etapa específica do produto.
- Relação de trabalho : artesão x patrão (maior controle do processo).
- Maquinofatura : uso de máquinas nas fábricas – marco inicial da Revolução Industrial.
2. Causas gerais da Revolução Industrial
- Revolução comercial : aumento do comércio e das rotas marítimas.
- Economia mercantilista : acumulação de metais preciosos e protecionismo.
- Burguesia capitalista : grupo que tinha capital para investir na indústria.
- Iluminismo : ideias de progresso, racionalidade e liberdade econômica.
- Mentalidade científica : avanços técnicos e interesse por inovações práticas.
3. Liderança inglesa no processo industrial
- A Grã-Bretanha foi pioneira na Revolução Industrial.
- Fatores que influenciam:
- Acumulação de capitais
- Mão de obra disponível
- Recursos naturais abundantes
- Estado liberal
- Inovação tecnológica
4. Acumulação de capitais
- Comercialismo : lucros do comércio colonial.
- Ouro brasileiro : entrada de ouro no mercado europeu.
- Tratado de Methuen (1703) : vantagens comerciais para a Grã-Bretanha com Portugal.
- Leis de navegação : controle britânico do comércio marítimo.
5. Mão de obra disponível
- Cercamentos : expulsão de camponeses das terras rurais.
- Lei dos Pobres : controle estatal sobre os desempregados e pobres urbanos.
- Trabalhadores migraram para as cidades em busca de emprego nas fábricas.
6. Condições geográficas e materiais primas
- Minas de carvão : principal fonte de energia.
- Lã e algodão da América : matéria-prima para tecidos.
- Hulha, ferro, cobre e estanho : essenciais para maquinário e construção.
- Vasta rede fluvial navegável : facilita o transporte interno.
7. Estado liberal
- Revolução Gloriosa (1688) : fim do absolutismo e poder do Parlamento.
- Burguesia influente : participação política e econômica crescente.
- Liberdade comercial e incentivo ao mercado livre.
8. Indústria de tecidos
- Primeiro setor a se industrializar.
- Máquinas como a fiadora de Jenny , o tear mecânico e o motor a vapor aumentaram a produção.
9. Transformações fundamentais da industrialização
- Máquina a vapor (James Watt): revolucionou a produção e o transporte.
- Desenvolvimento metalúrgico : melhor qualidade e maior quantidade de ferro e aço.
10. Meios de transporte
- Trens : ligavam cidades e áreas produtoras.
- Navios a vapor : mais rápidos e eficientes no comércio internacional.
11. Comunicações
- Telégrafo : permite comunicação mais rápida entre distâncias longas.
12. Progressos na agricultura
- Novas técnicas e ferramentas aumentadas na produção agrícola.
- Menos pessoas eram permitidas no campo, liberando mão de obra para as cidades.
13. Segunda Revolução Industrial (final do século XIX)
- Baseada em novas tecnologias:
- Eletricidade
- Petróleo
- Aço
- Química
14. Modelos produtivos
- Taylorismo : divisão extrema do trabalho para aumentar a produtividade.
- Fordismo : linha de montagem e produção em massa.
- Toyotismo (pós-guerra) : flexibilidade e produção sob demanda.
15. Efeitos da Revolução Industrial
- Consolidação do modo de produção capitalista .
- Aumento da mídia de vida graças a melhorias sanitárias e alimentares.
- Emergência de novas aulas sociais :
- Proletariado : trabalhadores assalariados.
- Burguesia industrial : donos de fábricas e empresas.
- Expansão dos núcleos urbanos : crescimento acelerado das cidades industriais.
- Aumento da produção agrícola para populações alimentares urbanas.
- Surto de ideologias socialistas e anarquistas : conseqüência às desigualdades sociais.
16. Movimento operário
- Ludismo : operários que destruíram máquinas, culpando-as pelo desemprego.
- Cartismo : movimento político pela melhoria das condições de vida e direito ao voto dos trabalhadores.
- Sindicalismo : organização de sindicatos para luta por direitos e melhores atualizações.